Coletânea de artigos disseca a devastação do mundo do trabalho

Marcio Pochmann

Dalila Andrade Oliveira, professora de Políticas Públicas em Educação no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, e o economista Marcio Pochmann, professor no Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas, organizaram uma coletânea de artigos que procuram desvendar o movimento geral de agravamento da realidade dos trabalhadores, diante da pressão constante do desemprego, da subocupação, da instabilidade do rendimento e da perda de representação e direitos sociais e trabalhistas. O resultado é o livro “A Devastação do trabalho – a classe do labor na crise da pandemia”, com contribuições de cerca de 30 colaboradores, entre estudiosos, pesquisadores e gestores públicos.

(Clique para baixar a publicação na íntegra: A desvastação do trabalho – CNTE – ISBN 978-65-87240-04-6 )

Segundo os autores, a devastação imposta pelo neoliberalismo foi aprofundada pela pandemia de Covid-19, que encontrou uma economia que já registrava retração e desempenho pífio. “O Brasil vem, nos últimos anos, reproduzindo ocupações que, ademais de insuficientes para toda a classe trabalhadora, apresentam-se crescentemente instáveis e precárias”, escrevem os organizadores, na apresentação. “Dessa forma e, sobretudo, se comparado com as três [décadas] anteriores verificadas desde a década de 1980, observa-se o conjunto de impactos significativos e não homogêneos sobre a estrutura ocupacional do país.”

As análises tanto de Artur Henrique S. Santos e Kjeld A. Jakobsen como de Marcio Pochmann tratam da perspectiva dos trabalhadores diante do questionamento da globalização e da regressão recente da situação brasileira.

Sobre a atualidade da pandemia de Covid-19 no sindicalismo brasileiro, nas negociações coletivas de trabalho e na atuação do Ministério Público do Trabalho e da Justiça do Trabalho, respectivamente, refletem Anderson de S. Campos, Camila Yuri Santana Ikuta, Luís Augusto Ribeiro da Costa, José Silvestre Prado de Oliveira e Victor Gnecco Soares Pagan, Carolina De Prá Camporez Buarque e Tadeu Henrique Lopes da Cunha e Luiz Philippe Vieira de Mello Filho e Renata Queiroz Dutra.

Há, ainda, análises especiais de segmentos específicos do trabalho. Uma amostra é apresentada por Maria Aparecida Bridi (teletrabalho), Dalila Andrade Oliveira e Edmilson Pereira Junior (trabalho docente), de Bárbara Vallejos Vazquez, Cátia Uehara, Gustavo Machado Cavarzan e Vivian Machado Rodrigues (bancários), Ludmila Costhek Abí-lio (motoboys e entregadores uberizados), Natália Leão, Renata Moreno, Giulliana Bianconi, Marília Ferrari, Helena Zelic e Thandara Santo (trabalho e vida das mulheres) e Cesar Sanson, Luana Junqueira Dias Myrrha e Moema Hofstaetter (trabalhadores de turismo).

A publicação tem o apoio da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e do Grupo de Estudos sobre Política Educacional e Trabalho Docente da Universidade Federal de Minas Gerais (GESTRADO/UFMG).

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