O Sindicato dos Engenheiros no Rio de Janeiro – Senge RJ vem a público se solidarizar com o professor Michel Gherman, coordenador do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Judaicos da UFRJ, que foi brutalmente hostilizado durante debate acadêmico organizado pelo Instituto de Estudos Internacionais da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-RJ.
Valioso parceiro em projetos antifascistas deste sindicato, profundo conhecedor do horror que se abateu sobre seu povo – e que teima em ganhar fôlego, em pleno século XXI, em projetos políticos que bebem das mesmas ideias -, Michel foi silenciado, covardemente atacado e insultado em seus mais caros princípios.
O ocorrido na PUC foi instrumentalizado, como de costume, pela extrema-direita que, agora, usa seus agitadores e parlamentares para, com uma narrativa falsa atribuída ao professor, fazer soar os “apitos de cachorro” para uma militância raivosa que encontrou na tragédia em curso na Faixa de Gaza uma ferramenta para acirrar a polarização aqui, no Brasil.
Michel Gherman não apoia o Hammas e, obviamente, não é antissemita. Considera o ocorrido em Gaza como um “mega atentado terrorista” por parte do Hammas, em reação ao governo de extrema-direita de Israel, que transformou Gaza em uma grande prisão ao ar livre. Judeu, sionista, defensor da construção da paz com dois Estados, o professor deixou isso claro no debate na PUC, bem como em sua atuação ao longo da vida.
O Senge RJ acredita que as universidades devem ser espaços seguros para a produção de conhecimento, inclusive a partir das discordâncias. Acredita, também, que a tentativa de destruição da imagem de acadêmicos por divergências políticas precisa ser combatida.
Gherman, que hoje está sob ameaças à sua integridade física, não é o primeiro e não será o último a ser usado pela extrema-direita para, através de fake news, construir narrativas que buscam erodir a própria democracia. Aos que adotam esta tática, que fique claro: ele não está sozinho.
Rio de Janeiro, 11 de outubro de 2023
Diretoria Senge RJ