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Declaração de La Paz: a favor da democracia

Posse de Luis Arce, na Bolívia – Foto: Min. Presidência/Fotos Públicas

Um gupo de 11 lideranças progressistas internacionais, como José Luis Rodríguez Zapatero, ex-presidente do Conselho de Ministros da Espanha, ou a ex-presidenta Dilma Rousseff, assinaram a “Declaração de La Paz: Em defesa da democracia”, por ocasião da posse do novo presidente da Bolívia, Luis Arce, e do vice-presidente David Choquehuanca, no dia  8 de novembro, em La Paz, na Bolívia. O documento se compromete com a defesa de modelos democráticos, da paz e da justiça social, frente as ameaças da extrema-direita, que se expandem globalmente.

Confira abaixo.

Declaração de La Paz: Em defesa da democracia

A crise ligada à grave pandemia que atinge a humanidade pôs em evidência as principais debilidades das nossas formas de organização social: a fragilidade dos sistemas de saúde e dos serviços públicos; a erosão, resultado de anos de neoliberalismo, dos mecanismos de proteção social de que dispõem os Estados; a insustentabilidade social, econômica e ecológica dos modelos dominantes de extração para exclusivo benefício empresarial; e, com uma intensidade especialmente preocupante, os perigos que enfrentam os sistemas democráticos em todo o mundo.

Hoje a democracia está ameaçada, basta analisar os acontecimentos políticos dos últimos meses na Bolívia, país anfitrião desta Declaração, para constatar que a principal ameaça à democracia e à paz social no século XXI é o golpismo da extrema-direita.

Uma extrema-direita que se expande a nível global, que propaga a mentira e a difamação sistemática dos adversários como instrumentos políticos, apelando à perseguição e à violência política em diferentes países. Promove desestabilizações e formas antidemocráticas de acesso ao poder.

Esta ação antidemocrática é potencializada onde encontra poderes comunicacionais ao seu serviço, que, acumulando um imenso poder de influência, pretendem manipular e tutelar as democracias em defesa dos seus interesses políticos e econômicos.

Reunidos em La Paz por ocasião da posse de Luis Arce como presidente do Estado Plurinacional da Bolívia, país que se tornou referência internacional na resposta cidadã ao golpismo, os signatários desta Declaração — governadores, ex-presidentes e líderes progressistas nos nossos respetivos países da Ibero-América e da Europa —  afirmamos o nosso compromisso histórico de trabalharmos em conjunto pela defesa da democracia, da paz, dos direitos humanos e da justiça social face à ameaça que representa o golpismo da ultradireita.

La Paz, 8 de novembro de 2020

– Bolívia: Evo Morales (ex presidente) y Luis Arce (presidente eleito)

– Argentina: Alberto Fernández (atual presidente)

– Espanha: José Luis Rodríguez Zapatero (ex-presidente do conselho de ministros) e Pablo Iglesias (atual vice-presidente do conselho de ministros)

– Brasil: Dilma Rousseff (ex-presidenta)

– Equador: Rafael Correa (ex-presidente) e Andrés Arauz (candidato à presidência)

– Grécia: Alexis Tsipras (ex-primeiro ministro)

– Chile: Daniel Jadue (candidato à presidência)

– Colômbia: Gustavo Petro (candidato a la presidência)

– Peru: Verónica Mendoza (candidata à presidência)

– França: Jean Luc Melenchon (líder da França Insubmissa)

– Portugal: Catarina Martins (líder do Bloco de Esquerda)

 

* Tradução de Carlos Santos para esquerda.net