Jorge Folena*
Recentemente tomei conhecimento de que a Rússia possui em seu território praticamente todos os elementos da tabela periódica dos elementos químicos, muitos deles cruciais na etapa atual do desenvolvimento tecnológico. Tal informação ajudou-me a compreender a voracidade das muitas guerras empreendidas contra aquela nação, desde o passado, com as invasões napoleônicas, passando pela Segunda Guerra Mundial, com a tentativa de aniquilamento promovida pelos nazistas liderados por Hitler, e, mais recentemente, as ações do império anglo-americano, por meio da Otan, fomentando conflitos em diversas regiões das fronteiras russas. Todas essas tentativas visam ocupar o território, apropriar-se de suas riquezas e relegar o povo à escravidão do subdesenvolvimento.
Ao analisarmos o padrão de demonização alimentado pelas mídias corporativas, verificamos que os países mais odiados pelo Ocidente (China, Rússia, Irã e Síria) são todos riquíssimos em recursos minerais, porém contam com governos obstinados em manter sua soberania contra a exploração pretendida pelo império anglo-americano.
Na verdade, sempre que o império se depara com nações detentoras de recursos significativos, ele passa a atuar de modo a controlá-las por meio de governos vassalos, como tivemos recentemente no Brasil: os de Michel Temer e de Jair Bolsonaro, que permitiram que empresas estrangeiras explorassem as riquezas do país, sem qualquer controle e fiscalização, com ampla liberdade até mesmo para não pagar os tributos necessários à manutenção dos serviços públicos básicos e demais investimentos cruciais para o desenvolvimento do país.
A revelação de que os norte-americanos estão por detrás de golpes de Estado e implantação de ditaduras na África não nos causa nenhuma surpresa, pois sabemos que assim fazem em todos os países que lutam para escapar de seu controle e conseguem eleger governos que defendem a soberania e a exploração dos recursos naturais para gerar riqueza a ser utilizada para melhorar a vida de todos os seus cidadãos.
Por isso, desde 2010 vinham conspirando para gerar instabilidade política, econômica e social no Brasil e promovendo ações para tentar criminalizar o Partido dos Trabalhadores e seus integrantes. Toda essa manipulação se acentuou a partir de 2013 (com a tentativa de “primavera brasileira”), cresceu com a Operação Lava Jato, alimentada com o apoio da mídia corporativa e culminou na chegada de Jair Bolsonaro ao poder, incensado pela extrema direita.
A vitória de Lula na eleição de 2022, a possiblidade dele tentar desgarrar o país dos objetivos impostos pelos norte-americanos e se aproximar dos Brics tira o sono de grande parte da inteligência anglo-americana, que deseja ter no controle um governo dócil e amigo dos interesses do “irmão do norte”; um governo que tenha como ápice apenas pautas identitárias, sendo razoável até que se promova o combate à fome, mas que em nenhuma hipótese defenda a soberania e independência do Brasil.
Por isso, é necessário que a sociedade ofereça total apoio ao presidente Lula, para que ele possa defender a soberania do país e tenha tranquilidade para promover as políticas públicas necessárias para nos conduzir rumo ao crescimento econômico com desenvolvimento social, único caminho para trazer prosperidade a toda a população e construir a almejada paz social.
* Jorge Folena é advogado e cientista político, membro do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) e da coordenação do SOS Brasil Soberano, movimento do Senge RJ