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Quinta-feira, às 16h

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Greve Geral: um misto de alegria e de tristeza

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Nota Sinpro-Rio* – 28 de abril de 2017

É com um misto de alegria e de tristeza que o Sinpro-Rio elabora esta nota a respeito da Greve Geral de 28 de abril.

Professoras e professores,

Participamos, hoje, da maior greve geral de todos os tempos, do país. Greve em resposta aos descalabros que o governo ilegítimo vem impondo a toda a classe trabalhadora, com ênfase na nossa categoria no que concerne ao desmonte da Previdência. É igualmente desastrosa a reforma trabalhista, que ameaça conquistas consagradas.  E o pior: estão buscando, via violência, criminalizar a nossa reação. Reação esta que corresponde, tão somente, a irmos às ruas para protestar e defender nossos direitos.

Mais de 25 mil professoras e professores deixaram de ir às escolas particulares, hoje, para realizar, pacificamente, ao lado de pais e alunos, uma verdadeira aula de democracia. Realizamos aulas públicas nos mais diversos pontos do Rio de Janeiro, utilizando nossas palavras para explicarmos os motivos de nossa preocupação quanto ao futuro.

No final da tarde, o que seria o coroamento de um dia de luta pacífica, na Cinelândia (palco da democracia), tornou-se um massacre perpetrado pela PM.

A Polícia Militar que deveria estar nas ruas para garantir a segurança dos cidadãos jogou, aleatoriamente, bombas de gás lacrimogêneo em meio a mais de 50 mil pessoas.

A Polícia Militar do Rio de Janeiro colocou em risco vidas, invertendo o seu papel de defendê-las. Por várias vezes, policiais pagos com nossos impostos jogaram artefatos de gás, igualmente pagos com nossos impostos, contra pessoas que estavam ali armadas tão somente de palavras, bandeiras, cartazes e balões.

Nós, professoras e professores que tanto pregamos a paz e a tranquilidade nas salas de aula, vimos policiais truculentos transformarem a Cinelândia numa praça de guerra.

Fica a alegria de podermos ter realizado uma greve onde demos o recado ao governo ilegítimo de que não queremos as reformas que só prejudicam o trabalhador, e a tristeza de ver o poder público trocar os ouvidos por mãos que jogam bombas contra o povo.

Continuaremos em nossa luta pacífica, mas não nos calaremos contra a barbárie que querem nos impor, seja perante simulacros de leis ou de bombas de gás lacrimogêneo.

*Sinpro-Rio – Sindicato dos Professores do Rio de Janeiro e região