O genocídio no Rio e um poeta alemão

Para o historiador Francisco Teixeira, os ataques a terreiros de Umbanda e Candomblé, ordenados por igrejas neopentecostais ou traficantes, são parte do avanço do genocídio em curso no Rio de Janeiro, que mira a população negra, principalmente entre 15 e 29 anos. “Grupos armados têm invadido, humilhado, espancado e destruído terreiros de Umbanda e Candomblé no Rio de Janeiro. E as autoridades civis e militares do Rio estão caladas diante de tamanha violência”, diz. “Violência desse tipo – contra grupos específicos e tentando exterminar a sua existência – tem nome: chama-se genocídio. (…) Genocídio na caracterização técnica dada pela ONU.” O historiador lembra o poeta alemão Jürgen Becker, que, após a catástrofe da II Grande Guerra escreveu, aqui em tradução livre: “Quando tudo começou, ninguém sabia o que era. Quando todos perceberam, bem, não era comigo, eu não era judeu. Quando aconteceu comigo, já era tarde.”

Você pode gostar...