Fiesp e Abimaq descobrem que a equipe econômica está no caminho errado

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A Abimaq e a Fiesp, duas poderosas entidades empresariais que ajudaram a colocar Temer no poder, reagiram com indignação à proposta do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, de aumentar os impostos (Cide e PIS/Cofins) sobre os combustíveis – item que atinge de forma indiscriminada a população, com maior impacto proporcional sobre os mais pobres. “Aumento de imposto recai sobre a sociedade, que já está sufocada, com 14 milhões de desempregados, falta de crédito e sem condições gerais de consumo”, reconheceu em nota pública o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, um dos mais ardorosos apoiadores do golpe, patrocinando desfiles de patos gigantes pela Avenida Paulista e pela Esplanada dos Ministérios.

Mas se Skaf defende maiores cortes nos gastos públicos e sociais como alternativa à tributação, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, tem outra receita. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, nesta quinta-feira (20), ele responsabilizou a equipe econômica do governo pelo “fracasso” do ajuste fiscal, exatamente por ter afugentado investimentos “em meio à maior recessão da história do país”, desprezando propostas para a retomada econômica enviadas a Meirelles pela entidade, em setembro.

No governo, contudo, a percepção da realidade parece totalmente diferente. O ministro Meirelles conclamou as empresas a acelerarem seus pedidos de ingresso no Refis, que prevê desconto e parcelamento em dívidas tributárias, antes que o prazo da Medida Provisória do programa vença, e seus termos – altamente favoráveis aos devedores – sejam alterados no Congresso. E o presidente Temer é ainda mais otimista. “Não existe crise econômica no Brasil”, declarou a jornalistas , em Hamburgo, na Alemanha, há cerca, ao desembarcar para a conferência do G20.

 

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